Entrei pensando pela vida adentro,
Com a mais estranha singularidade.
E, desde então, obscuro me concentro,
Na indagação constante da verdade.
E toda a vez que pelos céus eu entro
A prescrustar os sóis na imensidade,
Onde aos milhões, em derredor de um centro,
Giram com toda regularidade,
Mais me convenço de que o velho mito
Antropomórfico, da antigüidade,
Deve todo o livro ser proscrito,
Visto que desde toda a eternidade
Nunca se deu um vácuo no infinito,
Onde se achar pudesse a divindade.
Guerra Social, Rio de Janeiro, 14 de setembro de 1912
Extraido do livro "Os anarquistas no Rio Grande do Sul"
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