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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Rafael Fernandez: fora do anarquismo não há salvação

     Ultimo militante anarquista da velha guarda na Grande Porto Alegre. Afiador de facas (amolador) e tradutor Seu primeiro trabalho foi nas minas de Brilbão, na Espanha, Sua terra, onde nasceu no povoado de San Juan de Torres, Em 1900. Já militante, atuou na Argentina, nos anos vinte, trabalhando entre os camponeses e posteriormente como cozinheiro em Buenos Aires.
     Rafael Fernandez chegou em Porto Alegre em julho de 1927, ligando-se ao grupo que editava A Luta. Tinha então 27 anos, Seus companheiros de caminhada são Jesus Ribas, Anastácio Gago Filho, Francisco Diz, Daniel Conde e Frederico Kniestedt, entre outros.
     Posteriormente foi trabalhador nas minas do Butiá, onde ajudou a criar o movimento sindical. Voltando na organização dos canteiros, como então se chamavam os trabalhadores da construção civil. Logo depois de Trinta, adotou a sua profissão definitiva: amolador. Foi uma opção claramente política: “Adotei essa profissão por duas razões fundamentais: primeiro porque me deixava livre, para sempre, da figura do patrão; segundo porque me deixava mais tempo para ler”, dizia Rafael Fernandez.
     Extremamente humilde, Rafael não se considerava um militante, mais “um homem a serviço de suas idéias”. Na realidade, nesse meio século, de 1930 a 1980, ele percorreu Porto Alegre em todas as direções com seu carrinho de amolador. Casualmente estava sempre por perto onde havia qualquer tipo de agitação operaria, levando seu verdadeiro material de trabalho: A luta, A Plebe, Ação Direta, Dealbar, etc. Isto lhe custou, entre outras violências, dois meses no Presídio do Gasômetro, em 1930.
     Atuando com Jesus Ribas, seu patrocínio, dirigiu com este o Centro de Cultura, Artístico e Cultural Euclides da Cunha, nos anos cinqüenta , do qual foi tesoureiro. Suas informações foram preciosas para a elaboração deste livro, Morou na cidade de Viamão de 1958 a 1988, quando faleceu. Continuava Fiel e arraigado aos seus princípios: “Fora do anarquismo não há salvação”, me afirmou reiteradas vezes.

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     O jornal libertário “O Inimigo do Rei”, de setembro de 1982, trouxe este texto seu:

O Dinheiro

     Há uma mentalidade subjugada, escrava do dinheiro e que não vê nada realizado sem esse Molok escravizador da vida humana. Cada coisa deve ser comprada.
     O trabalho: verdadeiro deus que salva a humanidade da fome, da miséria e de todas as pragas. Este deus está subjugado ao deus-dinheiro. Instrumento inventado pelos usurários para escravizar a humanidade. E aí o temos. Escraviza física, intelectual e moralmente.
     A humanidade vendo sua força de trabalho, sua honra, sua liberdade, e tudo o que tem para adquirir esse elemento (o dinheiro) que não faz nada, a não ser manter escravas a todos nós.
     Quantos crimes? Quanta miséria gerada pelo dinheiro? Será que a humanidade não poderia suprimir esse elemento de escravidão?


Livro: Os anarquistas no Rio Grande do Sul
Autor: João Batista Marçal
Editora: Unidade editorial porto alegre
Ano: 1995
Pagina: 61 á 63

J.Alves Torres, o pioneiro do Teatro Social no Brasil

Comerciário, adepto do socialismo mutualista, Joaquim Alves Torres foi o editor de nosso primeiro jornal operário, O social, em 1874, órgão literário e de defesa dos comerciários gaúchos, Nascido em Porto Alegre em 5 de outubro de 1853, filho de Joaquim Alves Maria Torres e Felicidade Alves da Conceição Torres, foi posteriormente jornalista e funcionário publico, Cronista e contista. Pertencia à maçonaria.
Lançando seu jornal em 5 de setembro de 1874, um mês depois conseguia reunir em torno dele um grupo de comerciários que fundou a Sociedade Dramática Particular Luso Brasileira ,responsável pela apresentação de algumas peças de conteúdo social entre nós. Desse grupo faziam parte Ernesto Silva, João Moreira da Silva, Azevedo Júnior e outros Jovens idealistas que buscavam seu espaço na vida cultural da província. J. Alves Torres, como se assinava, foi, à sua maneira, um ótimo militante comerciário. Colaborou em todos os jornais que, na época, defendiam a união da classe, especialmente O caixeiro (1875), O Colibri (1877) e O Atleta, esse ultimo porta-voz do Clube Caixeiral Porto-Alegrense,fundado em 1882, do qual foi um dos idealizadores.
A grande paixão de Joaquim Alves Torres era o teatro. E ele conseguiu ser um bom dramaturgo, com mais de dez testos encenados e publicados. Vários desses textos têm fundo social. O seu drama O Trabalho (in teatro Rio-Grandense, Livraria Americana, Porto alegre, 1911), representado aqui em 4 de outubro de 1903, no vigéssimo nono aniversário da Sociedade Dramática Particular Luso Brasileira, Conta a vida de um capitalista, corrupto e perverso, que é derrotado por um operário socialista. Peça panfletaria socialista, um de seus principais personagens preconiza que o “o socialismo não é uma mal compreendida guerra ao capital e à propriedade privada e sim o bem sonhado pela humanidade que um dia assistirá sorridente ao amplexo fraternal desse mesmo capital com o trabalho”.
O jornal anarquista A Lanterna, de São Paulo, ao fazer referencia, em 1903, ao seu drama O Dever (Editora Globo, Porto Alegre, 1901), o compara à Electra, de Pérez Galdós, o acontecimentos teatral mais eletrizante dos meios operários no começo do século. O que mais encantou os libertários paulistas, seguramente, foi o anticlericalismo de seus textos
Joaquim Alves Torres faleceu em porto Alegre em 25 de agosto de 1910. É o pioneiro do teatro social no Brasil.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ernesto Francisco de Souza e Silva (Ernesto Silva)

Ernesto Silva

Ernesto, Um comerciário,Nosso primeiro militante

A primeira categoria de trabalhadores que se organiza em associação em Porto Alegre, para a defesa de seus direitos, é a dos comerciários, Sua trincheira é o clube caixeiral Porto-Alegrense, fundado em 1° de novembro de 1882. Os caixeiros trabalhavam de sol a sol, sete dias por semana. Daí a primeira grande luta e conseqüentemente a primeira vitória dos trabalhadores gaúchos: a conquista da lei de Fechamento de Portas, conseguida em 1884, espécie de Lei Áurea do balcão, que obrigava os comerciantes locais a darem folga aos seus operários, nos domingos.
Esta conquista se deve a um balconista de farmácia – Ernesto Silva, nosso primeiro dirigente operário, um adepto do mutualismo, uma das correntes mais antigas do anarquismo, com raiz ideológica nos textos de Pierre-Joseph Proudhon. Além de dirigente, ele também pode ser considerado nosso primeiro militante da causa do proletariado.
Seu nome completo era Ernesto Francisco de Souza e Silva. Nasceu em Porto Alegre, no bairro Belém Novo, em 16 de janeiro de 1855, filho de Justiniana Silva e Eleutério Francisco de Souza e Silva. Foi poeta teatrólogo e depois farmacêutico pratico. Usou o pseudônimo de Nestor em seus trabalhos literários. Se assinava Ernesto Silva.
Seus primeiros textos em defesa de sua categoria profissional foram publicados no semanário Social, em 1874, editado aqui por Joaquim Alves Torres (1883-1910), jornalista, teatrólogo e amigo. Em 1877 editou a revista Colibri e, em 1878, Caixeiro, em cujas páginas colocou com clareza a situação de absoluta escravidão em que viviam os comerciários. Em 1880 editou O Telefone. “Foi assim que Ernesto Silva escreveu bons contos, narrativas agradáveis, quantidade de versos excelentes, dramas e comédias e muitos artigos doutrinários, a maior parte deles em prol da classe a que pertence e nos quais revelou habilidade, pois enchia-se de argumentação vigorosa, tornando-os em razão disso convincentes”, informa Alves Torres em O Atleta, de 1° de novembro de 1885.
Diz a mesma fonte: “Ernesto Silva foi em Porto Alegre um dos primeiros que advogou a modesta e distinta classe dos caixeiros. Pugnou com fervor pela sua união. Demonstrou a necessidade de congraçarem-se para benefício de todos. Em 1882 pôs-se à frente da mocidade caixeiral e alentado, intrépido, disposto aos obstáculos que se opusessem, propôs a criação di Clube; e esse ideal dos caixeiros,esse ideal que lhes parecia sempre uma utopia, deveu sua realização à máscula vontade de Ernesto. Fundou-se o Clube Caixeiral e coube a ele, por direito, por justiça, a honra de presidi-lo.”
A categoria estava unida e tinha a sua organização Vencida esta etapa, era hora de partir para a luta pelo descanso semanal para os trabalhadores de balcão. Era preciso levar essa luta para além dos muros profissionais. Ernesto Silva funda, então, O Atleta, porta-voz dos balconistas da cidade, cujo numero inicial sai em 7 de maio de1883. Órgão declaradamente mutualista, tinha por lema Instrução e Beneficência.
Com a pressão que se cria e com a ajuda do pequeno comerciante português Antonio Corrêa de Souza Peixoto, um ano depois era conseguida a polêmica Lei de fechamento de Portas, na realidade um parágrafo incluído no Código de Postura Municipais e que só entrou em vigor efetivamente em 1885, mesmo assim muito claudicante, uma vez que o presidente da Câmara de Vereadores – Felizardo José Rodrigues Furtado- era comerciante, profissão também de outros vereadores metropolitanos.
Vencida esta batalha, Ernesto Silva se transferiu para São Leopoldo, onde estabeleceu sua própria farmácia, editou a revista Lélia e acabou vereador e juiz distrital. Pertencia então à Academia Rio-Grandense de Letras. Deixou esparsas algumas peças de teatro, representadas no próprio Clube Caixeiral, e um livro de poesias : Lampejos Efêmeros (Porto Alegre, 1886). Faleceu em 12 de janeiro de 1909.

O Atleta, de 7 de novembro de 1886, traz este seu poema:


AVE-LIBERTAS

- Quem és? Que buscas tu na pátria brasileira?
- Eu venho do passado e vou para porvir.
- Silêncio! Tu não tens horror à gargalheira?
- Eis o meu ideal – lutar, vencer, subir!

- Temerária, não tens receio da mordaça?
- Venho da escuridão e marcho para luz...
Para abafar o grito horrível da desgraça
Quebro o certo real e calco os pés na Cruz.

Combato com ardor os monstros sanguinários,
A Cruz-superstição! O cetro – tirania!
Nas forjas do dever em fundo abecedários
Dos ferros da Opressão, da treva – Idolatria!

- Mas dizer-me quem és q’afrontas sobranceira
A vingança, o terror, a maldição e o ódio?
- Tu és o povo, escuta a minha historia inteira,
Eu sou, sublime herói, o teu anjo custódio.

Eu venho reunir a sacrossanta liça
Os moços varonis, a forte mocidade...
Trago na mão potente o gládio da Justiça,
Trago na fronte altiva os dogmas da Verdade,

Eu quero destruir o preconceito,
Sagrando em seu lugar a santa Idéia Nova...
Trabalho pelo bem, luto pelo Direito
E tudo que for mau hei de lançar à cova!

Eu quero resgatar o látego inclemente
O mísero sujeito ás leis da escravidão...
Ele conhece o planto – o negro também sente,
Ele conhece o amor – o negro é nosso irmão.

Eu quero libertar da torpe prepotência
Este vasto país tão belo e tão pujante!
Eu quero ensinar-te, povo, a senha vitoriosa:
- Pela federação, federação fundada na republica.

Há mais meio sec’lo esta província heróica
Terrível levantou-se em face do despotismo,
Opondo resistência aos áulicos, estóica,
Escrevendo com sangue os feitos do heroísmo.

Essa revolução provocou aos opressores
Que o povo riograndense é livre como os pampas!
Eu tenho fé que em breve, ao rufo dos tambores,
Os heróis d’esse dia hão de se erguer das campas!

Marchemos ao combate; ingente vai a luta...
É só do teu valor que espera salvação
A pátria. Vamos, segue, ó turba resoluta,
À conquista do bem para a infeliz nação.

Não mais padres nem reis – os frutos da Ignorância,
Não mais o Opróbio, o Crime, a Submissão, a Fome!
Eu trago-te o Progresso, eu trago-te Abundância.- Mas dize-me quem ás, quero saber teu nome?

- Não sabes quem sou, ó povo grande e forte?
Não me conheces tu, gloriosa mocidade?
Se tu fores vencido – hei de ser a Morte;
Mas sendo vencedor – serei a Leverdade!

Os sete bandidos de Ferrer (Formado o seu busto)

São setes as cores do prisma,
Sete os pecados mortais,
Sete os dias da semana,
Sete as notas musicais.

São sete os sábios da Grécia,
E as maravilhas do céu;
Sete as dores de Maria,
E as filhas de Macabeu,

E as vacas magras e gordas
Com que o Faraó sonhou,
E os dias com que o eterno
Do nada o mundo tirou.

São sete as pragas do Egito
E tudo o mais que aprouver,
Pois foram sete os bandidos
Que assassinaram Ferrer!

Henrique Gomes Ferreira

Revista Liberal, outubro/1921


Extraído
livros : Os anarquistas no Rio Grande do Sul"
Autor: João Batista Marçal
Editora: Unidade Editorial Porto Alegre
Ano: 1995

Deus?

Entrei pensando pela vida adentro,
Com a mais estranha singularidade.
E, desde então, obscuro me concentro,
Na indagação constante da verdade.

E toda a vez que pelos céus eu entro
A prescrustar os sóis na imensidade,
Onde aos milhões, em derredor de um centro,
Giram com toda regularidade,

Mais me convenço de que o velho mito
Antropomórfico, da antigüidade,
Deve todo o livro ser proscrito,

Visto que desde toda a eternidade
Nunca se deu um vácuo no infinito,
Onde se achar pudesse a divindade.

Guerra Social, Rio de Janeiro, 14 de setembro de 1912

Extraido do livro "Os anarquistas no Rio Grande do Sul"

Metal Sonante

Sabes quem sou?... eu chamo-me dinheiro,sou dos reis e deles é meu reino;
Encaro ao mal que faço ao mundo inteiro,
Bem como a cobra seu veneno.

E sabes de onde vim?... das priscas eras,
Sou filho da esperteza; a iniqüidade
E as travas amo, e sou pior que as feras,
Se roubo mil, dou um por caridade!...

Vou para o trust, o ideal liberticida,
O lúgubre fator da ruína alheia,
Em cujo reino um pão vale uma vida,
E mais que a vida vale um grão de areia.

20 de abril de 1911

Extraido do livro "Os anarquistas no Rio Grande do Sul"

Delenda

A ciência é um bem social: o humano ser liberta
Dos preconceitos vãos que a vida lhe crucia;
Precisa de Canaan na imensa luta aberta
Em busca da verdade e contra a barbaria.

A faina iconoclasta, em torno, já desperta,
Insólito rumor que cresce Dida a dia!
Desponta a redenção! Humanidade, alerta!
Ao nada a farda, a bolsa, a lei e a sacristia!

Abaixo a perniciosa educação burguesa
Que assoalha a hierarquia e a mísera pobreza
Jungida ao carro traz da abjeta escravidão!

O alvião à sociedade atual tão discrepante
E sobre o seu destroço uma outra se levante
Sem arma, sem miséria e sem prostituição!

extraido do livro "Os anarquistas no Rio Grande do Sul"

Descendo a máscara

Venho de Roma, do vaticano
Sou um bandido, vibro punhais,
Sou mais terrível do que um tirano,
Conspurco o povo, queimo e profano,
Trago veneno prontos, fatais.

Governo o mundo qual espantalho,
Gozo rainhas, destrono reis,
Sou tão lascivo, capso e bandalho
Que dos conventos faço servalho
E dos colégios, porcos bordéis.

Vivo da farsa, da vil mentira,
Como da presa, qualquer ladrão,
Teço as intrigas e, cheiro de ira.
Combato a ciência que o mundo admira
Ateando o fogo da inquisição.

Bem qual fastasma de especto audace,
Lúgubre sombra de voz feral
O homem persigo desde que nasce
Até que a morte lhe escave a face,
Multiplicando-me o capital.

Amo o passado, seus preconceitos,
Da nova Aurora tenho pavor,
Do inculto aufiro largos proveitos,
Tiro vaidade dos meus defeitos
Como se fossem de alto valor.

Da morte símbolo e da maldade,
Levanto forcas nas capitais,
Sou refinado na crueldade...
Busco a matanças na insociedade
Dos meus instintos capros, brutais.

Sou sanguinário, trampolineiro,
Espalho as trevas, fujo da luz,
Prego a humanidade, roubo dinheiro,
E ao que se queixa mais que ligeiro
Meto-lhe um susto, mostro-lhe a cruz!

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estraido do livro "Os anarquistas no rio grande do sul"

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Atirei alvo errado

Armas não atiram sozinhas
Balas se perderam da doceria
Pais perderam suas vidas
Por culpas das balas perdidas
Crianças não podem mais sorrir
Só restaram doces amargos
Da saudade do arrependimento da solidão
De suas vidas perdidas
Sem futuro estarão
Com suas balas perdidas

Cleber Aleixo

O partidarismo é racismo

Racismo: uma doutrina que sustenta a superioridade de certas “raças”
Partidarismo: paixão por um partido
Se formos analisar as duas definições racismo e o partidarismo chegamos na conclusão que são a mesma coisas.
O racismo é a idéia cega de um ser, ser superior aos outros, uma “raça de seres humanos” ser superior as outras, o preconceito que causa separatismo entre seres iguais.
O partidarismo é o amor cego até mesmo ignorante por um partido político que dizem aderir aos interesses do povo, brigando pela conquista do poder.
OPÁ, BRIGANDO PELO PODER???
Os partidos políticos brigando pelo poder de uma superioridade no poder “social” assim como a idéia racista que luta pelo poder de uma “raça” ou uma idéia se superioridade causando divisões entre os povos, e assim como tais separações e brigas “majoritárias” entre seres iguais como opção sexual, religiosa, time de futebol separando os povos cada vez mais, e aprisionando-os numa classe social. Com os povos divididos, de forma que são inimigos, através do futebol, partidos políticos, religião, “raças” e etc. mais fácil de usar um povo dividido de formas inimigas como massas de manobra, fazendo sofrer injustiças, sem ter ninguém a prestar solidariedade, não caiam nessa ROUBADA! Não importa quem vai estar no poder se é homem ou mulher, não fará diferencia alguma, pois o fato é que esta no poder! E o poder é o inimigo do povo anulando o seu ser, causando separatismo entre seres iguais, a mudança social não será colocando pessoas de outro sexo no poder! LUTAR CONTRA O PARTIDOS É LUTAR CONTRA O RACISMO! E sim destruindo todas as formas de poder! Sem partido nem pátria nem patrão nem estado nem religião.
“PAZ ENTRE OS POVOS GUERRA E DESTRUIÇÕES DAS CLASSES

Cleber Aleixo

Carta de Kropotkine em defesa dos Martires de Chicago

“Senhor editor do New York Harald,
A sentença de Chicago indica que o conflito, está tomando na América, uma proporção mais aguda e uma mudança mais bruta que jamais houve na Europa. As primeiras páginas desta história começam como ato de represálias inimagináveis. Uma boa dose de vingança, sem nenhum fato concreto, é o que se pode concluir do processo de Chicago.
Li com muita atenção os dados da causa (processo), conferi detidamente os indícios e as evidências, e não êxito em assegurar que semelhante sentença só aconteceria na Europa depois que todas as acusações fossem apreciadas e concluídas sua veracidade por um conselho de guerra da raiz da derrota, no caso comuna de Paris, de 1871 ou do terror branco da restauração borbónica de 1815, tempos atrás.
Mas é evidente, conclue-se imediatamente que nenhum dos SETE acusados jogou bomba alguma. Está por demais provado que alguns condenados nem assistiram ao comício de Haymarket e outros já se tinham retirado quando a policia furiosamente atacou a multidão. E mais: o promotor de justiça não sustenta que uma bomba foi jogada por algum dos SETE acusados, e sabe-se que desse gesto acusam outra pessoa que não está sob a ação de justiça.
Só Spies é acusado de ter entregado uma mecha para arear fogo a bomba: é o único homem acusado pelo testemunho de um tal de GILMER, cuja péssima reputação é demasiadamente conhecida como mentiroso, confirmado por DEZ pessoas que haviam estado com ele e não viram nada. Além disso, o mesmo GILMER declarou ter recebido dinheiro da polícia.
Depois dos acontecimentos de Haymarket, os legisladores de Illinois promulgaram uma lei contra dinamiteiros e, está pronta a promulgar outra lei contra toda a classe de conspiradores. Segundo esta última lei, qualquer ato ilegal, ainda que tenha fins legais, será considerado como criminoso; acaba, pois de ser destruído um dos principais artigos da constituição. Segundo reza a futura lei, qualquer incidente que resulte um ato ilegal, será também considerado como delito.
Na base não precisa provar que a pessoa comete um ato ilegal, pode ter lido artigos e ouvido discursos que aconselhavam cometê-los, e agora todos esses artigos e discursos serão responsáveis por atos delituosos.
Fica virtualmente suprimida a liberdade de falar e de escrever. Do mesmo modo a lei francesa reconhece uma relação direta entre o incitamento por meio da palavra falada ou escrita no ato executado.
A nova lei de Illinois me interessa pouco em si mesma e só desejo que conste o seguinte:
SETE anarquistas de Chicago foram condenados à morte graças a um SIMULACRO da lei que ainda não era, em 1886, quando se cometeram os “delitos” em causa; a referida lei foi proposta e aprovada com o propósito de ser aplicada no processo de Chicago e, seu primeiro efeito será MATAR SETE ANARQUISTAS.
Sou de você afetuosíssimo.
Pedro Kropotkine ”. (¹)

1. A carta de Pedro Kropotkine, deu-me o companheiro e meu amigo pessoal Victor Garcia, residente em Caracas – Venezuela, alguns anos antes de falecer. Também a Divulgou, na revista RUTA de 1° de maio de 1965, uma publicação da federação Ibérica de Juventudes Libertárias. Recentemente ofereci uma cópia à Robson Achiamé para divulgar na Revista Letralivre. Em junho de 2005, vi a carta de Kropotkine inserida no livro “Primeiro de Maio” de Ricardo Mella, organizado pelo “Núcleo de Pesquisas Marques da Costa” sem nenhuma referência ás origens, Edição Achiamé, Rio de Janeiro.

Extraído do livro “Rebeldias – Volume 3” de Edgar Rodrigues editora Opúsculo Libertário paginas 128 à 130.

O social e o econômico

Vivemos numa sociedade capitalista onde a lógica é por definição o lucro. Onde conscientemente até mesmo inconscientemente sabemos que alguém tem o dever se sair superior ao seu semelhante.
Regras aplicadas tanto do convivo econômico, tanto co convivo social, mais qual é a lógica dessa dinâmica majoritária? Tecnicamente nenhuma. Algumas pessoas defendem que os seres humanos são por sua natureza egoísta, até mesmo egocêntrica, mais onde se encaixa o termo que somos seres racionais?
Um ser verdadeiramente racional deveria por definição ter a consciência que “se tudo é de todos escravos não há” politicamente e socialmente, um escravo social e um escravo econômico, só o que muda é o termos, mais mantendo as mesmas definições, que a ordem dos fatores não altera o produto.

Cleber Aleixo

Estás em minha sala

Um olhar Prudente
Diante o lindo rosto sorridente
Se expressando por palavras mudas
Mais simbolizando o meu pensar

Querer pensar pretendendo analisar
Que te faz sorrir o que te faz pensar
O seu sorriso escorre em lagrimas de felicidade
Eu ainda vou te fazer sorrir ao seu lado irei pensar

O seu triste olhar nunca está aceso
Isso me faz pensar, numa única vez
Que te vi com a testa enrugada
Você lá fora e eu dentro da sala a te observar

Eu sorri curioso, nervoso querendo saber
Quem te fez enrugar a testa e o motivo
Mas segundos após tu volta a sorrir
E eu volto a pensar em sua face alegre

Querer te dizer, mais não ter inícios pra dialogar
Lembrar-te de tuas mãos fechada e seu polegar estendido
Perante o brilho no olhar, perguntando com palavras mudas
- Tudo bem com você?

Perguntando com gestos, respondendo com gestos á brincar
Mão direita, polegar direito, mão esquerda polegar esquerdo
Pé direito, pé esquerdo acabou formas de erguer os polegares
Mas tudo bem com você?

O sorriso é instantâneo, mais equivalente ao estudo
É sempre séria e estudiosa, perguntando quando à duvidadas mesmo!
Mais até sobre isso estou sempre a observar
Gosto de ver os gestos dela em cada expressão

Agora só não sei se ela sabe sobre mim
Mais os pequenos contatos foram realmente muitos curtos
Numa manhã de prova, o dia de demonstrar as verdades
Matemática, geografia, matriz e economia, pra complicar a sua vida!

Acabei de terminar a prova, ela chegou a mim
Perguntar se eu fui bem, pensei pra responder
Pois o melhor a fazer demonstrar sinceridade e humildade
-É fui mal expressei já bem envergonhado, pois ela é estudiosa

E assim ela abre o sorriso e diz:
-É isso ai, toca ai é nós juntos a semana que vem na escola
Foi ai o nosso primeiro diálogo, estudo, esporte e fotos
Foi ai que ela disse a primeira suspeita que a nossas intenções fosse à mesma

Quando comentarão o meu cabelo em pé mais conhecido como spikes
Entro no assunto das fotos da internet que em umas delas tem uma garota
Uma garota de moicano, onde ela questiona
- E aquela menina de cabelo em pé? Quem é?

Assim ela termina a pergunta sem incrementar
-E uma garota que faz role coma a galera que por quê?Ela responde:
Mais entre tudo isso eu acho que eu sou mais bonita, me perguntou se eu não acho
Perante toda a timidez se escondendo

Apenas sorri pensando em concordar
Para ganhar um ponto com ela
Mais apesar de tudo percebi um interesse nela sobre mim
Querendo saber sobre a esposa se uma camada meu

Mais achei melhor deixar no susto
Assim ela já sabe que sou solteiro
Mais ela só queria saber o meu pensar sobre ela
Não quero me expressar pela primeira vez com ela em publico

Mais a incerteza de um olhar Prudente
Faz-me sorrir alegremente
Se expressando tristes realidades e sorrindo sentimentalmente
Mas não quero que ela se desconfie de minhas realidades

AMANHÂ eu irei à vela
PRETENDO conversar com ela
Como todos os outros dias anteriores
Mas nos nunca se encontra a soes

Pois os amigos dela me julgam como estranho
Porque todos os dias eu escrevo minhas revoltas na lousa
E muitos ignoram e outros dão risadas
As amigas dela me criticam, pois todos pensam diferente sobre minhas idéias

Pois eu adoro que me criticam
Principalmente quando tem argumentos
Melhor do que falar por traz, como observo muito
Sou detalhista ao ouvir o meu nome

Jamais me esquecerei daquele sorriso
Esquecerei apenas aquele que prefere não me ver
Sempre olharei para você
Simplesmente prudente e sinceramente,

Inquestionável o meu olhar por ti, mais
Consciente em minhas propostas
Ainda quero te fazer sorrir!
Quero ver a borboleta voar com liberdade

Usando as suas únicas 24horas para se divertir
E sentindo a sua liberdade
Requerendo as chaves para abrir a nova geração
Olhar de liberdade expressa na prisão

Tentando com esperança de conquistar
Esperança esta sentada a esperar o momento certo
Beijar tem-se varias formas
Espero ser a forma inesquecível de sua memória

Imediatamente sou um cara que precisa conquistar o seu sorriso
Jamais quero te ver de olhos tristes
Alguém que esta aqui quer sempre te ver sorrir e,
Rapidamente quer estar ao seu lado feliz apenas por estar ao seu lado


Cleber Aleixo