Pesquisar este blog

domingo, 27 de fevereiro de 2011

DIASDYLUTA! - Contra o Racismo e o Preconceito

Na escola, eu aprendi que uma princesa muito boazinha DEU a liberdade aos negros escravos.

Mas nunca me disseram que a falsa abolição da escravatura no Brasil se deu por causas de questões político-económicas.

A partir de 1860, a elite brasileira percebe que tem que substituir o negro escravo, pois em 1865 os Estados Unidos praticam à abolição da escravatura; com isso, surge à imigração européia como mão-de-obra emergente. No Brasil, a Busca de um
melhoramento de trabalho e uma política de branqueamento, daria uma melhora à "raça" brasileira. Ou seja, uma qualidade a origem do Brasil. As transformações sofridas no Brasil durante o final do século XIX, com uma base econômica escravista, onde a partir de 1850, a proibição do trafego negreiro – pela Inglaterra – afetou diretamente a economia Brasileira, pois marcou o início do desmantelamento da escravidão. Esse elemento fundamental – a proibição do trafego negreiro – proporcionou a criação da lei do ventre livre em 1871, que estabeleceu um desconforto para a sociedade brasileira,
visto que, aumentou a população negra livre, causando uma instabilidade social. Ainda dentro dessa perspectiva, a preocupação de substituir a mão-de-obra escrava, necessitava uma reformulação de trabalho. Com o aumento das exportações do café, a mão-de-obra já se apresentava com dificuldade necessitando de mais de trabalhadores;
proporcionando assim, a vinda de imigrantes europeus nessa nova ordem econômica.

Alem disso a situação brasileira na relação entre negros e brancos já havia se tornado um barril de polvoras, pois ao contrario do que se pensa os negros não aceitaram pacificamente sua condição de escravo.

A presença do negro na Historia do Brasil não se resume ao trabalho pesado baseado na submissão total. Os escravos fugiam, se matavam e atentavam contra a vida de seus senhores.

Isso nas condições de existência a que eram submetidos, o que não era coisa pouca. Que dizer então das revoltas dos negros? Não de um ou dois, mas de grupos de negros que se levantavam contra sua condição?
A Balaiada, ocorrida em 1838 no Maranhão e no Piauí, talvez seja o mais conhecidos dos levantes escravos. Durante três anos os negros revoltosos resistiram as tropas do governo para, no final, capitularem diante das forças muito superiores lideradas pelo futuro Duque de Caxias.

Na Bahia, os negros muçulmanos causaram transtorno muito grande as autoridades nas primeiras décadas do século XIX. Em 1808-9 os escravos haussás desertaram de engenhos no Recôncavo Bahiano e internaram-se nas matas onde foram caçados brutalmente e depois mortos ou aprisionados, em 1813, cerca de seiscentos negros da armação de Manuel Inácio da Cunha se revoltaram e atacaram todos os brancos que encontraram pelo caminho nas cercanias de Itapuã.

Só foram batidos quando importantes tropas colocadas em seu encalço mataram ou feriram cinqüenta deles.

Em 1835, apesar de denunciados por uma negra liberta, dezenas de nagôs se revoltaram, chegando a ocupar, por horas, ruas e edificios públicos de Salvador.

No Rio, no Espirito Santo, em São Paulo, no Sul, a quantidade de levantes negros ocorridos ou abafados graças a denuncias foi muito grande. Na Segunda metade do século XIX, o temor desses movimentos se tornou intenso. Nas cidades, os negros constituíam sociedades secretas de cunho religioso nas quais preservavam suas antigas crenças, ou desenvolviam praticas sincréticas ( a "síntese" entre o cristianismo e religiões africanas ), treinavam capoeira, em que aprendiam golpes mortíferos destinados a seus inimigos. No campo, a grande concentração de escravos apavorava os brancos.


O fantasma de uma insurreição ampla estavam sempre presentes nos pesadelos dos senhores e das autoridades. Levar isso em consideração é importante, tanto para destinar ao negro o verdadeiro papel que ocupou, como para se pensar o próprio processo da falsa abolição da escravatura no Brasil.

Como podemos ver, os negros escravizados não ficaram sentados esperando que alguém viesse e lhes dessem a abolição, eles lutaram por suas vidas e pela liberdade, muitos perderam sua vidas nessa luta... mas nunca esmoreceram ou baixaram a cabeça... e cabe a nos continuarmos as lutas de nossos antepassados, luta essa que assim como a escravidão, ainda não acabou...
O escravo mudou de nome, hoje é assalariado... já não vive mais na senzala, mas em favelas e regiões periféricas... já não há mais os capitães do mato, mas a policia faz seu papel...

O cenário mudou... a escravidão é a mesma... o racismo permanece... a cor da pele ainda é critério de exclusão...

Esse é um chamado a todos. Não só para negros... mas para todos, brancos, negros, indios, mulatos, amarelos, judeus, mestiços, seres-humanos, que tem esse sangue guerreiro correndo nas veias (uma vez que a maior parte dos habitantes dessas terras descendem dos povos negros e indigenas que aqui resistiram a escravidão e a invasão) e o espirito de liberdade pulsando no coração... todos que não mais aceitam o racismo ou qualquer outra forma de discriminação e preconceito...

Retomemos as lutas de nossos antepassados, pela nossa liberdade, por igualdade de direitos, pelo fim do racismo e toda e qualquer forma de discriminação, preconceito, dominação e exclusão...

E o primeiro passo para isso é conhecermos nossa historia e quem realmente somos...

A LIBERDADE É ALGO QUE NÃO TEM PREÇO!!!

OS PODEROSOS SÃO RACISTAS... O CAPITALISMO É ESCRAVIDÃO...

COMBATAMOS O PODER INSTiTUÍDO

extraido de:
http://info-diasdyluta.blogspot.com/
leiam se enforme-se e lute!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

ALERTA ANTI-FASCISTA!


Praticas totalitárias são recorrentes em nossa história que quase sempre beneficiam
pequenos grupos que se mantem no poder ou que o conseguem através de recursos que
formam um regime totalitário. As características mais comuns totalitárias são:
autoritarismo, coerção, arbitrariedade, monopólio do poder econômico e político, repressão
generalizada, nacionalismo, nivelamento e controle popular através de modelos
padronizantes e estereotipados, culto e personificação de lideres.
Temos vários exemplos que somam estas características com algumas variações, como
os regimes totalitários de Salazar em Portugal, de Franco na Espanha, de Mussolini na
Itália, de Hitler na Alemanha, de Lenin e depois e piorado Stálin na ex-URSS, atual Rússia,
de Vargas no Brasil, de Peron na Argentina, de Pinochet no Chile, de Castro em Cuba, Chaves na Venezuela e por
ai vai, existe uma lista numerosa de governos totalitários comandados por lideres
carismáticos e sádicos e corporativismo econômico e beneficiamento de oligarquias
empresariais que se vinculam ao regime totalitário.
.........................................................................................................................
Clique na imagem para abrir cartaz, organize atividades antifascistas!
Informe-se organize-se e lute!
que a emancipação dos explorados e oprimidos a de ser obra dos proprios explorados e oprimidos!
..........................................................................................................................
BEM ESTAR E LIBERDADE!
.................................................................................................

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Os Mártires de Chicago

Os mártires de Chicago amaram a beleza,
Raiando intensamente em toda a natureza!
Fui eu que acalentei no peito dos Heróis,
As doutrinas de Paz tão lindas como Sois,
Que hão-de tornar em dia o mundo fraterno,
Um mundo que não tenha vida desigual
Que gera o vício, o crime, as lágrimas de dor;
Um mundo todo luz, um mundo todo Amor!
(A. Alves Pereira)

O ano do centenário da greve geral (1886-1986) que deu origem às manifestações de 1° de maio, nada melhor do que uma síntese de trajetória da luta do proletariado pelas oito horas diárias de trabalho que deslocaram na Tragédia de Chicago e no enforcamento de cinco trabalhadores anarquistas.
Antes de passar o calendário como data consagrada aos trabalhadores, o 1° de maio foi um dia de reivindicações e de greves. Está ligado diretamente aos “MÁRTIRES DE CHICAGO”, faz parte desta tragédia criminosa levada às últimas conseqüências pelo governo norte-americano em 1886-7, integra a luta pelas oito horas de trabalho diárias.
A primeira pessoa de que se tem noticias que dividiu o dia em três partes foi o monarca inglês Alfredo, no ano de 898. Dizia ele que precisava de oito horas para exercícios de piedade, oito horas para dormir e oito horas para recreação e estudo. E como não tinha relógio, regulava-se por tochas que ardiam em cada um dos períodos.
Ainda na Inglaterra, nos século XIV e XV, alguns artífices recusaram-se a trabalhar mais de oito horas quando a lei estabelecia 14. O escritor inglês Adam Smith também foi de opinião que a jornada de trabalho deveria ser de oito horas e defendeu-a em suas obras, coincidindo com a recusa dos mineiros de Newcastle de trabalhar mais sete horas por equipes.
Na Espanha, Felipe II, em gesto que ficou na historia, decretou no dia 10 de fevereiro de 1579:
“Queremos e ordenamos que os mineiros trabalhem oito horas por dia, em dois turnos de quatro cada um”.
Por sua vez o pedagogo Cominius (1592-1671), membro da seita “Irmãos Moravos” também proclamou a jornada de oitos horas. Todavia, considera-se o pai das oito horas, Denis Veiras, nascido entre 1635/1639, em Ales. Viveu a maior parte de sua vida na Inglaterra, França e Holanda, e é autor da Historia dos Sévarambes, publicada em 1677.
Com objetivos sociais, Claude Gilbert (1652-1720) escreveu a Historia da ilha Calejava, publicada em 1700, fixando a jornada de trabalho do povo dos Avaítas em cinco horas.
Roberto Owen, no ano de 1817, estabeleceu as oito horas de trabalho, para um sistema comunitário de sua autoria.
No entanto os primeiro trabalhadores a declarar-se em greve pelas oito horas parece ser fiandeiras de algodão de Nottingham, no ano de 1825, segundos os operários filiados ás Trade-Unions, de Manchester, que exigem as oito horas em 20 de agosto de 1833, fixando o dia 1° de março de 1834, para entrar em vigor as 48 horas de trabalho semanais para os menores de nove a 16 anos de idade. Aderiram a este movimento na Inglaterra, as mulheres Jardineiras.
Em Lyon, Gabriel Charavay, da Facção blanquista. Em março de 1849, pronunciou a jornada de oito horas para todos os trabalhadores.
E, finalmente, de 3 a 8 de setembro de 1866, a Primeira Internacional dos Trabalhadores, em congresso na cidade de Genebra, declara: “1.° - O Congresso considera a redução das jornadas de trabalho, o primeiro passo para a emancipação operaria”. Esta posição é confirmada nos 2.° e 2.° congresso (2 a 8 de setembro de 1867 e 6 a 13 de setembro de 1868).
Nos Estados Unidos da América do Norte as greves pelas oito horas começaram com os carpinteiros de Filadélfia em 1827. Mas tarde, por pressão operaria o presidente Van Buren “proibia que os meninos de Massachusseis e Connecticut trabalhassem mais de 10 horas por dia, 1842”.
Em 1845, explodem novas lutas pelas oito horas em Nova Iorque, e um 1848, operários de uma firma de colonização neo-zelandeza conquistam às oito horas.
Desde então nunca mais cessaram os pedidos de redução de horário de trabalho até que em 1866, alguns congressistas americanos apresentam lei reduzindo a jornada de trabalho. No ano seguinte, um Congresso de trabalhadores em Chicago, força o governo a decretar (1868) as oito horas para os estabelecimentos da Republica Americana. Mais isso não era tudo que os operários queriam. E no mês de outubro de 1884, a “Federação de agrupamentos do Comércio e Uniões de Trabalhadores dos Estados Unidos” decidem, em seu quarto Congresso, realizado em Chicago, levar a cabo a Greve geral, para a conquista das oito horas de trabalho, elegendo o dia 1.° de Maio de 1886, para inicio da grande arrancada social.
Esta data corresponde para a “América do Norte, na pratica o dia de transação econômica”.
A greve explodiu no dia eleito pelos congressistas operários e no dia 4 de maio teve um desfecho regado a sangue humano, com muitos mortos e feridos. A tragédia resultou na prisão de oito anarquistas e sua condenação a morte, mediante um julgamento-farsa (conforme viria declarar mais tarde o governo daquele estado ao libertar três dos oito condenados), quatro dos quais executados na força (Luiz Lingg suicidou-se na véspera), em novembro de 1887. Os três restantes, num segundo julgamento foi-lhe comutada as penas.
Os responsáveis maiores pela pratica desse crime premeditado foram o juiz Gary, o promotor Grinnel, o governador do Estado e o Presidente da República.
A tragédia repercutiu no mundo com tanta intensidade, que o dia 1.° de Maio converteu-se, pela persuasão do seu eco, em feriado universal. E, desde então, o dia 1.° de Maio ficou na historia como um marco a lembrar os mártires de Chicago que perderam sua vida pelas oito horas de trabalho. Hoje, em muitos países o dia 1.° de Maio é um dia de festa; noutros um dia de exibicionismo militar, de desfile de tanques de guerra, mas ainda há quem lhe dê o verdadeiro sentido e o comemore como um dia de protesto.
No Brasil o 1.° de Maio até 1930, sempre foi comemorado um dia de protesto. Os sindicatos revolucionários na luta de classe promoverão memoráveis manifestações na Praça da Sé, em São Paulo, na Guatemy Martins, em Santos e nas Praças Mauá e Onze no Rio de Janeiro, a cujos comícios acorreram imensa massa humana de operários. Todos sabiam o significado histórico desse dia regado com o sangue de cinco anarquista: Luiz Lingg, Adolfo Fischer, Jorge Engel, Augusto Vicente Teodoro Spies, Alberto R. Parsons, enforcados; Samuel Fielden e Miguel Schwab, condenados a prisão perpétua e a 15 anos Oscar W. Neeb, enquanto mais de uma centena de homens, mulheres e crianças morrera, na Praça Haymark, no dia 4 de maio de 1886, pisoteados, fuzilados e espadeirados pela cavalaria Ianque.
Anos mais tarde os três que escaparam à execução foram libertados e declarados inocentes, tal como os cinco enforcados. Hoje resta um monumento no Cemitério de Waldheine em Homenagem aos cinco anarquistas em cujo pedestal foram escritas palavras de Spies pronunciadas no final do julgamento: “Não tardará o dia que o nosso silêncio será mais eloqüente do que as vozes que acabais de sufocar

.

.

Extraído: ABC do sindicalismo revolucionário
Autor: Edgar Rodrigues

Editora: achiamé
Paginas: 41 á 45

Ano: 1987

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Religião ética e ateísmo*

As boas qualidades humanas independem da religião que segue ou no deus que crê,
O ser humano para ser ético, justo, honesto, bondoso, equilibrado, não precisa necessariamente ter uma religião, seguir um sacerdote ou acreditar em um deus.
Os bons princípios humanos são cultuados pelo respeito á natureza e aos seus frutos e nunca pela supremacia da fé individual ou coletiva.
lembrando que historicamente os maiores crimes da humanidade foram cometidos em nome de religiões e deuses.
Os ateus nunca mataram em nome de nenhuma divindade ou crença.
Tenha certeza que há muitos ateus dentre as pessoas que você adimira como ser humano exemplar, e que por discriminação daqueles que tem uma religião, são obrigados a esconder sua convicção filosófica.


*...pelo direito de ser ateu e ser respeitado humanamente...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Sementeira algébrica

Quem de três tira noventa
Adivinhem quanto fica?
Esta conta é que atormenta
Quem enfeza que mortifica
Os pobres dos proletários
Neste jogo de entremez;
Ganham seis mil réis diários,
Gastam trezentos por mês...

Custa a casa cento e tanto,
O sapato custa trinta,
Roupa, nem se sabe quanto...
O vendeiro não se finta...
Médico, farmácia, pouco
Só mesmo ficando louco
Com pensão no Juqueri!

A feira, só para os ricos,
O armazém só para os ricaços;
Se houvesse ao menos uns “bicos”,
Tivéssemos quatro braços...
Trabalhava-se o dia inteiro,
À noite cai-se no chão;
Esta vida sem dinheiro
Não é de home é de cão!

No entanto, pelas vitrines
Ardem braseiros de jóias;
Nas vilas arrabaldinas
Há digestões de jibóias;
Autos passam buzinando,
Levam o luxo a cantar;
E os pobres ficam, num bando,
Pelas sargetas, sem lar... (1)
(1) De “A Plebe”, publicado sem assinatura em 1924. Anteriormente, apareceu num volante

Extraído:
Livro: Nacionalismo e Cultura Social
Autor: Edgar Rodrigues
Editora: Laemmert
Ano: 1972
Paginas: 214 á 215

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

ANARQUIA E ORDEM

     O tempo passa, os sistema renovam-se, aciência avança a passos de gigantes, a máquina substitui o homem parcialmente tornando-o um simples espectador ocioso. As distâncias desaparecem encurtadas pelo progresso mecânico da tecnologia, o poder e a rapidez de comunicação reduzem o mundo a uma aldeã global e num abrir e fechar de olhos o individuo cruza os mares, rasga os céus e vence o (impossivel) ! O progresso tecnológico e científico corre a jacto tornando obsoleto hoje o trabalho de ontem.
     Mas se é espantoso o esforço do homem no campo da ciência e da tecnologia rumo à Lua, temos da lamentá-lo no que se refere aos -progressos- no campo político, social, ideológico, filosófico e no terreno do pensamento humanista! A evolução neste sector em direções diversas, com avanços e recuos desordenados e não sai do ponto de partida.
     Temos frente a frente muitos e grandes problemas a vencer neste sector do livre pensamento: gente embutada pelo medo; gente frustrada com dificuldade de andar sozinha e pensar com a sua cabeça; pessoas cegamente obedientes a -lideranças- telediridas, condicionadas a interesses a interesses outros que não são os seus, ignorando a origem e os objetivos de tais palavras de ordem; indivíduos que se curvam as exigências do poder econômico e político ditatorial de uns quantos espertos e bem falantes -patriotas- sempre de acordo com os vitoriosos; e um punhado de idealistas, homens íntegros, lutando desesperadamente para esclarecerem e alertar o maior número possível sem outras preocupações para além do medo de que os desatinados voltem a perder a Liberdade. Neste momento cada vez mais gente enganada e confunde mais gente para se -defender- de gente que chega a se enganar a si própria, tal é o estado de irrealidade em que vive num mundo de fantasias... Jogo artifícios mentais alimentados por ameaças surdas de um poder político mercantilista e bélico, rolo compressor que esmaga princípios válidos possuídos de homem na mira de transformá-lo em autômato de ação repetitiva, em massas capaz de aplaudir todas as tolices pronunciadas pelo primeiro orador que encontre na esquina da rua. Nasce então um fato novo: o -verdade- com quem grita primeiro quem grita mais alto é que tem -razão-!!!
     Houve tempo em que o progresso era lento e o homem tinha ocasião de pensar, raciocinar, refletir e por fim falar. Hoje, tudo corre tão rapidamente, os interesses econômicos e políticos são tantos e tão escusos, que falamos em pensar, por que quem pensa não chega a falar!
Vivemos a era dos audaciosos. O homem parece concordar com Napoleão quando dizia que a melhor forma de defesa é o ataque. E assim procedem indistintamente. Dir-se-á que a humanidade está cavando a sua própria sepultura, permitindo que os excessos, as ambições, anulem os princípios da verdadeira liberdade responsável, tão necessária à formação de personalidades integras como o ar que respiramos e a água. Ninguém parece ver nós seus semelhantes (descontadas honrosas exceções) seres humanos vivos, com necessidades múltiplas para formar caracteres exemplares, sensíveis, tolerantes, humanitaristas – personalidades libertarias capazes de saber dar, produzir conscientemente, sem ambições para além daquelas que possam servir a si, ao grupo, á coletividade de que faz parte. O partidarismo político tornou-se brutalizador, os governantes modernos apressam a conversão de povos racionais, pensantes, em números catalogados, fichados, codificados eletronicamente por ordem alfabética. Por isso o mais -importante- material de consumo nos dias de hoje são os chavões, os -slogans-, por não exigirem esforços de raciocínio. Ninguém mais parece querer estudar, pesquisar, saber a verdade.
     Em discurso aos portuenses o presidente da republica advertiu que não admitiria -anarquia-. Referindo-se às greves e manifestações -populares- orientadas pelas esquerdas festivas. Maria de Olhão do Jornal do Algarve externa suas preocupações a propósito do mau uso da liberdade, concluindo: <>. Com preocupações semelhantes, Homem Cristo (pai) fazia publicar em Madrid no ano de 1922 um livro intitulado Anarquia em Portugal e explicava o <> termo ao longo de 1.001 páginas, parte das quais em corpo 6, para concluir: <>. (São Lenine, na expressão de Máximo Gorki – in Bolsciaia Sovietsknia Entklipedia, 2.ª edção, 1950, tomo 2.°-pag. 356). Em palavras não menos contundentes afirmava o sucessor-herdeiro de Lenine: . (São Staline, na expressão do trotskista Julian Gorkin, in Bolsciaia Societsknia Entiklopedia, 4.ª edição, tomo XXV, pag. 76).
Menos sereno e algo -condescendente- apresenta-se um dos maiores teóricos do fascismo lusitano: <>. (Do herdeiro de Salazar –Marcelo Caetano, in Princípios e Definições, Lisboa, 1969).
     Com linguagem comum, direita esquerda e contro parece ter sua jurisprudência firmada, unânime. Anarquia e Anarquista é o mesmo que <<>>. Há ainda quem veja Anarquia como uma <>. Chega-se a ver mais perigo e maior preocupação na palavra Anarquia do que num ex-chefe da Juventude Nazista como Baldur Von Schirach, monstro a quem Tribunal de Nurenberg acusara de <<>>. A cada instante topamos com Baldures, com Mussoline, Staline, Salazares e Hithers dispostos a desafiar os direitos humanos, a liberdade e a paz, contudo esses psicopatas não chegam a ser tão <> quantos os anarquistas.
     Enquanto enciclopédias e homens (ilustres) nos ensinam idéias por meios tão curvos, Pequeno Dicionário do Pensamento Social conclui: (anarquia - vocabulario formado por meios tão curvos,pequeno dicionarioo >. Melhor dito: É um estado de sociedade onde a liberdade responsável, a fé nos direitos e necessidades humanas, nos princípios da razão e da tolerância, ligam os homens emocionalmente pelo coração e pelo amor fraterno. Sua meta mais importante, consciente, e unir a sociedade humana por meio do livre acordo, sempre dissolúvel, com vista a um amanhã cada vez melhor para todos.
     E como definem suas idéias os anarquistas, que contam entre os seus teóricos com algumas das maiores expressões do pensamento e da cultura mundiais?

     Falar de anarquismo no sentido correto, segundo seus ideólogos, é o mesmo de falar da mais completa felicidade humana, da mais ampla liberdade, duma idéia que pretende substituir a propriedade privada pela coletiva, o Estado por uma ordem generosa e boa na qual possa existir um bem-estar individual e coletivo. Se há alguma coisa a censurar no anarquismo, afirma, só pode ser o seu otimismo, a confiança na bondade (ingénua) do homem.
     O anarquista ampliando a idéia cristã vê em cada homem um irmão, um seu igual, não um irmão inferior e faminto a quem pratica caridade, mais um cidadão a quem deve justiça, proteção e defesa. (Anarquia, Manuel Gonzalez Prada).
     Anarquismo é um tesouro intelectual, emocional, ético, legado no curso dos séculos, elaborado por homens que se preocupam em analisar os problemas humanos e falar de sua solução. Em síntese o anarquismo enfaixa os seguintes princípios: 1.°- tendência suprema da natureza humana caminhando em busca dos mais amplos estágios da felicidades; 2.°- todos os seres humanos têm direitos e deveres dobre a Terra; 3.° - a liberdade é um exercício imprescindível-mente necessário à natureza, sua evolução individual e coletiva processa-se com o exercício da fraternidade e da ajuda mútua; 5.° - as normas de convivência humana têm como base a orientação para grandes estágios de felicidade aspirados desde sempre pela humanidade. (Que és el Anarquismo, de H. Plaja e B. Cano Ruiz).
     José Oiticica, uma das maiores expressões da cultura brasileira, a quem muitos intitulam de sábio, define anarquia em 30 pontos principais, onde encontramos: 1.° o território de cada país será dividido em zonas federadas, cada zona em municípios em comunas; 2.°- a divisão por zonas e municípios obedecerá ao critério de acúmulo geográfico, isto é, à feição particular de cada uma, atinente ao gênero de industria por explorar ou à distribuição das populações; 3.°- em cada comuna, os trabalhadores se reunirão em classes, conforme seus ofícios, manuais ou intelectuais; 4.°- cada classe resolverá, nas suas assembléias, tudo quanto se refira aos serviços comunais; 5.°- para coordenação e direção dos serviços e execução das medidas tomadas nas assembléias, haverá conselhos comunais, municipais, federais e um internacional ; 6.° cada classe de uma comuna escolherá um delega no para o conselho comunal, um delegado para o conselho municipal, cada conselho municipal, um delegado para o conselho federal e cada conselho federal, um para o conselho internacional. ( Princípios, Fins e Meios, Dr. José Oiticica).
     Anarquia, segundo outro brasileiro, tem por base a organização livre sem Estado; o livre acordo sem autoridade constituída : a liberdade sem coação institucional ; a socialização dos bens sem propriedade privada ; comunismo sem salariato ; apoio mútuo sem concorrência ; federalismo sem centralismo; livre exame sem dogmatismo (Anarquismo – Roteiro da Libertação Social, Edgard Leuenroth).
     De forma muito clara explica eminente escritor russo: (Anarquia é inevitavelmente o proximo e o mais alto grau de evolução humana. Com o desaparecimento do estado, os homens viveram socialmente reunidos, não sendo, todavia, esta sociedade baseada no poder governamental mas, exclusivamente, sobre a obrigação de cumprir um contrato comclido livremente. O livre desenvolvimento do individuo em glupo, associações, livre disposição do simples para o composto, segundo as nessecidades e as tendências, eis a forma da sociedade furura). (Anarquia, Pedro Kropotkine).
     Já para o maior opóstolo cristão do século XIX, os homens que tiverem reconhecido a verdade devem convencer em nome do amor o maior numero possível de indivíduos da necessidade da transformação social e fazer surgir assim à sociedade nova depois de abolido o direito privado, o Estado e a propriedade. O amor reclama que a propriedade desapareça para dar lugar à partilha dos bem, e exige que o estado seja substituído por uma vida social baseada unicamente nas leis do amor. (Leão Tolstoi). Na concepção anarquista, o homem completa-se exercitando os músculos e o cérebro. O homem digno desta classificação é aquele que não coloca sobre os ombros dos outros a sua existência. Um homem vale outro, por isso a inteligência favorece o que possui em maior escala, não lhe dá amor o direito de explorar ou governar os outros. (Anarquia, Jean Grave).
     Ninguém se deslustra com ser anarquista – dizia no final do século passado em sua tese de doutoramento o ilustre Silva Mendes – são-no algumas das maiores individualidades da atualidade: H. Spencer, Kropotkine, Eliseu Reclus, Tolstoi, Ibsen, isto é, o maior sociólogo do opóstolo da liberdade, o maior geógrafo, o maior cristão e o maior dramaturgo. (Prof.ª Silva Mendes).
     A liberdade, a moral e a dignidade humana do homem consistem precisamente em fazer o bem, não porque lhe é ordenado mais porque o concebe, o quer e ama, isto é anarquia (Miguel Bakunin). Uma sociedade perfeita – afirma conhecido evangelista – é aquela que rechaça todas as formas de propriedade privada. Este foi o primitivo bem-estar que o pecado de nossos primeiros pais destruíram. (São Basílio).
     Para um dos maiores Sociólogos modernos (Anarquia é a forma mais pura e genuína da vida). (Karl Mannheim). (A mais perfeita forma de sociedade encontra-se na união da ordem e da anarquia). (Proudhon); anarquia não é uma sociedade sem ordem, nem ausência de governantes significa necessariamente ausência de ordem!
     Anarquia é um Mundo Novo onde sobressaem os valores da liberdade e da igualdade, acima da técnica e das nacionalidades. (Herbert Read).
     Sem descer a uma pesquisa minuciosa já se pode concluir que a palavra Anarquia, usada a torto e a direito para explicar e justificar a incapacidades políticas partidárias, falências econômicas, administrativas, educacionais, de ensino, e culpar os anarquistas pelas manifestações públicas resultantes de desníveis sociais e culturais mantidos a ferro a fogo através dos séculos, é de uma ingenuidade ímpar! Anarquia não é o mesmo que desordem e também não é o mesmo de homem-máquia para servir passivamente, cegamente, aos detectores de mentiras usados pelas autoridades estatais, eletronicamente, invadido os pensamentos íntimos, nem o anarquista é o (homem-ideal) para ser moldado mediante substancias químicas capazes de produzir mutações genéticas deixar-se transformar socialmente nem assimilador de seus meios de comunicação massificadores, um engolidor de formas eficazes de sublimação de ordem genocida, um instrumento passivo às lavagens cerebrais. Tão pouco aceita a alienação, a automatização mecânica dos novos (líderes).
     Ao contrário, Anarquia pretende se uma ordem ecológica, desintoxicante de comunidades onde a vida humana se desenvolva harmonisiosamente dentro da cultura, da solidariedade humana nascida do mais profundo ser individual. É uma <
> que deseja aliar a ciência, mecânica e a eletricidade responsável pelo progresso tecnológico para frutificar dignamente emancipando o escravo, a massa, o rebanho e em favor da liberdade coletiva. Quer o homem liberto das amarras subjetivas de temores imaginados pelo subconsciente, da ignorância, com vista à realização de uma obra capaz de se situar na sua época e no seu tempo, Anarquia é uma ordem ecológica por excelência, onde a tecnologia não separará o homem da natureza, porque o anarquista tem como meta a igualdade social no indivíduo no mundo natural de integração, As experiências terão um sentido novo de integração no desenvolvimento da coletividade ajudando a desabrochar todas as potencialidades humanas, de vez que o homem é o centro do Universo, o elemento mais importante a preservar, a desenvolver, é a continuação da vida.
     E se há quem chame ao direito de reivindicar alguma melhoria ou manifestar seu descontentamento com os governantes, (desordem), (anarquia), o que teremos de chamar a quem, abusando de suas funções puramente administrativas, espancar, prende, deporta, fuzila e declara guerras onde se matam mutuamente milhões de jovens sem saber porquê?
     Por certo, isto não é anarquia.
     E se os desejos, de igualdade na Terra, de amor fraterno, de paz social, se felicidade na Terra, que são dos anarquistas, é uma utopia, o que podemos pensar daqueles outros que acreditam na salvação das almas, na reencarnação dos espíritos e de que um dia chegará ao Céu para ficarem sentados ao lado de S. Pedro?
Certamente, isto se chama utopia!

Edgar Rodrigues
Extraido do livro: ABC DO ANARQUISMO
Paginas 7 à 17
Editora: assírio & alvim
Ano:1976

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Grandes mais desnutridos

Quando ouvimos que vivemos num país perfeito aonde não existe fome, nem miséria, desigualdade, todos tem onde morar, não existe corrupção em nossa política, pois tudo aqui é perfeito, o mais perfeito paraíso não temos que nos preocupar com nada, pois tudo aqui é perfeito não existem policiais corruptos, aliais nem policiais precisamos, pois bandidos e policiais são inoperantes num país onde tudo caminha na ordem e no progresso.
O país do carnaval festa e alegria, futebol o coração do Brasil. Onde sim o brasileiro tem que se preocupar.
A honra do caráter brasileiro é o futebol, pois nada mais existe, a não ser o sonho que será realizado em 2014 da copa do mundo ser realizado na “nossa” terra brasileira.
E talvez com a vinda desse evento as pessoas que pensam ou sonham com algo bom e útil utilizem desse evento para alertar que sonhos platônicos não alimentam a fome
Pois a vinda de tal evento pode ter uma forte e pequena cultura no Brasil, pois mostrará que só assim através de incentivo o povo pensa em crescer, para mostrar para os países vizinhos que somos grandes e esconder que apesar de grande somos desnutridos.

Cleber Aleixo
* Redação feita na prova da São Camilo no dia 19/01/2011