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sexta-feira, 25 de março de 2011

A Sociedade

No rosto me imprimiste o degradante
Estigma de assassino e de ladrão,
Por ter roubado a tempos um só pão,
Por só haver matado um semelhante...

Mas se eu fôsse um general, um almirante,
E que assaltado houvesse uma Nação;
Esmagando-a brutal, por certo então,
De mim dirias: - "és cavaleiro andante".

E logo cá ao velho herói do crime,
Levantarias um padrão sublime,
Deixando prós mosquitos a prisão!

Pois quem só faz um crime é criminoso,
Quem faz mil, é um ente valoroso,
A quem apertas com prazer a mão! (1)


(1) Enviada a redação apenas com as iniciais A.J. e publicado em 17-3-1920, na "Voz do Povo", órgão da Federação Operaria do Rio de Janeiro.

Extração:
Livro: Nacionalismo e cultura social
Autor: Edgar Rodrigues
Paginas: 298 á 299
Editira: Laemmert
Ano: 1972

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