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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Nem Religião, Nem Pátria (Maria Lacerda De Moura)

A tônica predominante do equilíbrio harmonioso de Ferrer é a serenidade persistente com que pugna pela liberdade da criança, pelo respeito á consciência humana em embrião na alma infantil.
Na escola chamada laica, “Deus foi substituído pelo estado; a virtude cristã, pelo dever cívico; a religião, pelo patriotismo; a submissão e a obediência ao rei, ao aristocrata e ao clero, pelo acatamento ao funcionário, ao proprietário a ao patrão.”
A diferença não é grande. Ou ainda: é mais respeitável o sentimento religioso sincero que baixeza do servilismo diante dos poderosos ou dos magnatas do bezerro de ouro.
O que é certo é que todos os altares estão de pé: os ídolos é que mudarão de nomes...
A sociedade é aquele “fantasma” de Stirner. E a “humanidade é um pensamento que acerca da cristalização dogmática...” (O único e sua propriedade – Max Stirner.)
“Servir ao Estado, a esse deu terrestre, é o novo culto”. O Estado moderno, nacionalista, fascista ou bolchevista é uma religião cuja divindade é tão terrível como Jehovah dos exércitos...
Ficou de pé uma coisa: “burgueses e operários acreditam na realidade do dinheiro; os que não possuem estão penetrados dessa realidade como os que possuem; os laicos como os clérigos. “O dinheiro rege o muno”, é a Tonica da época burguesa. Um gentil homem sem um tostão e um trabalhador sem nenhum tostão, ambos estão mortos de fome, sem valor político.
“Assim, o que nada possui, considera o Estado como um poder como um poder tutelar dos que possuem; esse anjo da guarda dos capitalistas é um vampiro que chupa sangue de todos.
“O Estado apóia-se no servilismo dos funcionários, na covardia dos ricos e no cativeiro econômico do operário.
“O Estado está fundado sobre a escravidão do trabalho. No dia em que o trabalho for livre, o Estado ruíra por si mesmo.
O trabalhador manual é uma potência: o Estado só teme uma coisa: a greve geral... Por isso, não pode mais haver mais greve geral na Rússia... Seria movimento contrarevolucionario...
Assim, o Estado não passa de um “fantasma”, como a sociedade...
Como tem razão Stirner!
Tudo são idéias (e idéias falsas!...), entretanto – que riqueza possuímos – si somos donos do nosso próprio corpo!...
No dia em que cada indigente atirar fora os últimos farraspos e desprezar a própria indigência, cessará de ser indigente porque deixou de encontrar o seu tesouro que ninguém rouba... Descobrirá que é O único... Entrará na posse de si mesmo... é o criador e a criatura...
Estamos longe disso. O que queremos é tomar aquilo que foi parar ás mãos do próximo... E chamam os outros de egoístas...
Stiner descobriu que os ateus são muitos piedosos...

Livro: Ferrer o Clero Romano e a Educação Laica
Autora: Maria Lacerda De Moura
Paginas: 43 á 46
Ano: 1934

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