Chove. Um
silêncio pesado amortalha a cidade adormecida. Um vento gelado penetra-nos até
a medula dos ossos.
Encostado a uma vitrina cintilante de joias, está um pobre mendigo. Os andrajos que deviam preservá-lo da irritante garoa estão completamente ensopados d’água.
Aos poucos notívagos que se recolhem ás suas casas, ele entende a sua esquálida mão. Um luxuoso automóvel para um instante diante uma vitrina. Dentro do aparatoso veiculo há um homem e duas mulheres. Um vago perfume de delícias estranhas escapa-se por entre os cristais abaixados.
O mendigo, com uma louca esperança, estende a mão, súplice.
Mas eles não o podem ouvir... Contemplam as caras joias que irão comprar amanhã...
MORAL: uns não têm para comer, enquanto outros esbanjam joias inúteis.
O Internacional (SP), ano IV, n°76 (15 jun. 1926)
Livro: Contos Anarquistas
Autor: Antonio Arnoni Prado / Francisco Foot Hardman
Editora: brasiliense
Pagina: 102
Ano:1985
Encostado a uma vitrina cintilante de joias, está um pobre mendigo. Os andrajos que deviam preservá-lo da irritante garoa estão completamente ensopados d’água.
Aos poucos notívagos que se recolhem ás suas casas, ele entende a sua esquálida mão. Um luxuoso automóvel para um instante diante uma vitrina. Dentro do aparatoso veiculo há um homem e duas mulheres. Um vago perfume de delícias estranhas escapa-se por entre os cristais abaixados.
O mendigo, com uma louca esperança, estende a mão, súplice.
Mas eles não o podem ouvir... Contemplam as caras joias que irão comprar amanhã...
MORAL: uns não têm para comer, enquanto outros esbanjam joias inúteis.
O Internacional (SP), ano IV, n°76 (15 jun. 1926)
Livro: Contos Anarquistas
Autor: Antonio Arnoni Prado / Francisco Foot Hardman
Editora: brasiliense
Pagina: 102
Ano:1985
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