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sábado, 11 de maio de 2013

DORVALINA MARTINS RIBAS, EDUCADORA E LIBERTARIA


     Professora, conferencista e militante anarquista. Nasceu em Porto Alegre em 12 de agosto de 1900, filha de Cipriano e Amélia Martins. Dedicou toda a sua vida na educação racional da infância, até falecer, vítima de câncer, em fins de março de 1944, aos 43 anos.
     Ainda estudante se tornou discípula de Francisco Ferrer e adepta do ensino laico. Entrou para o movimento anarquista e passou a lecionar os filhos dos trabalhadores. Formada pela Escola Complementar de Porto Alegre, já em 1919 era diretora da famosa Escola Moderna, criada aqui em 1915 por Polidoro Santos, Cecílio Vilar, Zenon de Almeida, Djalma Fetterman e outros militantes.
     “Essa escola funcionou por alguns anos, chegando a ministrar uma educação senão completamente racionalista, mais muito mais radical do que a ministrada nas escolas atuais, que é cheia de preconceitos absurdos e completamente irracionais. Essa escola chegou a ter quatrocentos alunos, de ambos os sexos”, segundo o jornal O Sindicalista de junho de 1924.
     Esse estabelecimento de ensino funcionava da Rua Ramiro Barcelos, 197, na então chamada Colônia Africana, espécie de gueto negro localizado onde fica hoje o bairro Bom Fim. O Correio do Povo em 3 de maio de 1919 informa que as comemorações do 1° de maio a passeata operária parou na frente da Escola Moderna e ali foi saudada por seus alunos com o hino Porvir. Os trabalhadores – segundo a mesma fonte – responderam a homenagem contando o hino Filhos do Povo. À frente dos alunos, a professora Dorvalina Ribas.
     Em 1921 (?), Dorvalina casou com o militante espanhol Jesus Ribas, seguindo com este para Erechim, onde ficou durante quase dois anos. Ali abriram uma pequena escola para os meninos, onde lecionaram. O ambiente repressivo e atrasado dessa colônia não permitiu que o projeto fosse adiante. Ainda em 1922-23 o casal retorna a Porto Alegre.
     Em companhia do marido, Dorvalina continuou atuando no movimento operário, tendo feito parte de vários grupos locais. Integrava o Grupo Anarquista Internacional, em 1928, quando proferiu uma concorrida palestra de homenagem que a FORGS prestou à memoria de Francisco Ferrer,  em 13 de outubro. Esse ato aconteceu na Rua Jerônimo Coelho, 40, e ali proferiram palestra Dolvalina Ribas sobre Ferrer e Sua Obra e Carlos Ferrari sobre e a Escola Moderna. A principal figura desse grupo era Frederico Kniestedr.
     A partir dos anos trinta, juntamente com o marido, se empenha na edificação do Instituto de Assistência e Proteção à Infância, construído por ambos junto à pedreira do Morro de Santo Antônio. Seus últimos anos de vida foram consumidos naquele que foi seu sonho mais alto: a educação, a preparação da infância para o enfrentamento com o futuro.

Extraído do:
Os anarquistas do Rio Grande do Sul
Autor: João Bastista Marçal
Paginas: 143 á 145
Ano: 1995
Editora: Unidade Editorial Porto Alegre

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