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domingo, 31 de março de 2013

Hino Nacional Brasileiro Corrompido

E viram no Ipiranga, às ruas largas
Um povo explorado e pedante
Assistem a rede globo e seus múltiplos
Os seus programas sujos e irritantes
Qual o preço, da igualdade?
Não sabemos onde ir, mas vamos fortes
A ilusão, da liberdade
Desafia a nossa fé, nos leva a morte
Ó Pátria rica,
Assassinada,
Salve, Salve!
Brasil um sonho triste, roubo lícito
Com novela e BBB o povo desce
Desvio, morte, fome viram ímpeto
Na nossa imprensa suja que enaltece
Empresas que destroem a natureza
Deixando nossos índios pele e osso
E teu futuro espelha esta tristeza
Terra explorada
Entre outras mil
És tu Brasil
Terra comprada
Os filhos deste solo
A fé pariu
Pátria cega,
Brasil!


Sentado eternamente aos domingos
O ibope ilustra o tom do jogo imundo
Empresas vêm do norte da América
A fim de explorar um novo mundo
À sua terra, já corrompida
Traz emprego, exploração e bem mais dores
Nossos homens, têm mais vida
Nossas vidas no teu bolso mais horrores
Ó Pátria rica,
Assassinada,
Salve, Salve!
Brasil, de amor eterno mude o símbolo
De um luxo que ostentas no estrelato
E diga ao verde escasso desta flâmula
Paz no futuro, insanos no passado
Mas se acatas a ganância, gera morte
Verás os filhos teus só na labuta
Uns protegendo índios, outros porte
Terra explorada
Entre outras mil
És tu Brasil
Terra comprada
Os filhos deste solo
A fé pariu
Pátria cega,
Brasil!

Por: Priscila Tessuto
Créditos: Anonymous Brasil
Extraído de:
http://www.anarquista.net/hino-nacional-brasileiro-corrompido/

Estória especial do dia do coelho.

     Existia um coelho de chocolate todo poderoso, criador de tudo e todos, que por misericórdia e tamanho amor a suas criações, resolveu um dia enviar o seu único coelho filho para ensinar aos povos o caminho para a salvação, e este mesmo também deveria morrer na cruz e assim pagar por todos os nossos pecados, e por diante quem crer será lembrado e salvo, e quem não o aceita como verdade será condenado...

     Salvação

     Num certo tempo, em outra época nasceu um novo coelho, de chocolate meio amargo.

     E este coelho meio amargo um dia perguntou:

     Porque eu seria condenado ao forno que tudo derrete?

     Se o coelho todo poderoso tudo pode, porque ele não perdoou suas criações de uma forma mais branda, sem a necessidade de que seu filho sofresse daquela maneira toda brutal, para que quase já sem forças pedisse; 'pai perdoai-los pois eles não sabem o que fazem', se tudo pode porque apenas não perdoa sem exigir um sacrifício?

     Bom, se foi descido assim deve ter algum motivo...

     Se não fosse desta forma não haveria onos suficiente para condenar ninguém ao forno que tudo derrete, pois desde o velho testamento ou rotulo de embalagem, estava mais que claro que o que o coelho pai gostava é de condenar, e agora desta forma se criaria um novo e belo motivo, creia no salvador que foi enviado para nos salvar e será salvo, ou então será condenado como culpado, ainda sairia por cima como misericordioso e bom.

     Bela jogada...

     E o Coelho da pascoa meio amargo, lhe deseja um feliz dia do coelho achocolatado, para que vocês abram vossos olhos para o excesso de açúcar nos rótulos, e saibam que quanto mais açúcar mais doce será porem não necessariamente será 'BOM DE VERDADE PARA NÓS'



TACYR OMAR / VERDADE OCULTA

Aposentadoria no Brasil

(texto original em A-Info 19 Abril 2013)
     Assunto envolto em um verdadeiro cipoal de leis e discursos midiáticos calcados no mais absoluto terrorismo hipócrita, a aposentadoria do trabalhador brasileiro, se tornou um verdadeiro calvário. Todos os trabalhadores efetivamente sabem que tem que pagar, mas dificilmente sabem o valor exato que terão direito a perceber mensalmente quando aposentados, obviamente se conseguirem alcançar esse objetivo. Somente sabem que trabalham muito, em geral em condições de trabalho perigosas, insalubres e penosas e que ao se aposentarem irão receber menos do que ganham quando na ativa, embora tenham contribuído integralmente sobre o que ganharam mensalmente. 
     Não bastasse isso, se apuseram por parte do Estado barreiras de toda a ordem sob o falso argumento de que a Previdência Social do Brasil se encontrava e supostamente ainda se encontra deficitária, ou seja, mesmo com todos os fatores moderadores (fator previdenciário, idade, média das contribuições) impostos aos trabalhadores com o fim de retardar suas aposentadorias ou de reduzir o valor mensal a ser percebido, a Previdência supostamente mais gasta do que arrecada. Em regra não vê os governantes de plantão ir a imprensa divulgar e discutir a questão dos que descontam dos trabalhadores, mas não efetuam o depósito do arrecadado para os cofres da Previdência.
     Infelizmente os governantes de plantão têm sido incapazes e omissos de promoverem um amplo debate nacional sobre a questão. Nenhum governante da Republica até o momento (2013) esclareceu devidamente onde e como foi gasto o arrecadado desde a instituição da previdência estatal no Brasil. Nisso infelizmente se constroem estórias as mais mirabolantes, as quais se constituem em terreno movediço no qual não pretendemos cometer a insanidade de adentrar. Somente que reiteramos que uma clara objetivação do que foi arrecadado e efetivamente gasto ano a ano desde a montagem dos primeiros “Instituto de Aposentadorias e Pensões”, (1933) tornaria o assunto mais inteligível e transparente.
     É de fácil entendimento que estes dados deveriam estar à disposição do conjunto da sociedade para que esta pudesse efetivamente analisá-los. Tarefa hercúlea para economistas, atuários, contadores, etc., mas factível. Nessa esteira deveria também ser objeto do mesmo debate o quanto vem sendo deixado de recolher, assunto também explosivo, visto que os trabalhadores da Previdência (Servidores Públicos Federais Previdenciários) não cansam de denunciar que a dívida para com a Previdência Social do Brasil é astronômica e desastrosamente crescente, sobremodo com devedores natos tais como Clubes de Futebol e Prefeituras Municipais. A esse fato se soma a indústria das fraudes, onde ao que conste, a legislação penal é branda e incapaz de atemorizar as quadrilhas de fraudadores.
     Infelizmente os governantes de plantão se resumem a tomar perigosos atalhos. Para os trabalhadores da iniciativa privada criaram o famigerado “Fator Previdenciário”, que retardou número significativo de aposentadorias, colocando no horizonte do trabalhador requerente da jubilação uma redução drástica em seu ganho mensal. Seguindo esta lógica pérfida os valores acima de um salário mínimo injustificadamente deixaram de acompanhar sequer o ritmo da inflação, notadamente sempre presente em economias dependentes como a do Brasil.
     Situação análoga também passaram a enfrentar os servidores públicos de todas as esferas com as Emendas Constitucionais que destruíram totalmente os parcos direitos dos trabalhadores dessa área conquistados com a labuta de anos. Os trabalhadores do serviço público com raras exceções tiveram o tempo de contribuição ampliado, bem como, os valores descontados do Servidor foram significativamente majorados. Não bastasse isso o parâmetro da idade foi “democraticamente” imposto, ficando derrogado o direito adquirido, sendo este substituído pelo enunciado nazista da expectativa de direito. Curioso que essa regra não valha para o Estado brasileiro, que sempre têm direitos e nunca expectativas! Exemplo concreto são os questionáveis valores recebidos por alguns condutores do Estado, recebendo valores inclusive muito acima do Senhor Presidente da República. Estranho também que os reajustes dos detentores das chamadas funções vitais do Estado percebam reajustes sempre acima da inflação, o que atesta que esta vem sendo indevidamente calculada.
     Aos aposentados, pensionistas e trabalhadores que contribuem para com a Previdência Social resta revoltar-se com a farsa que lhes apresentam os governantes e, sobretudo implementar sua organização com vistas a reverter esse nefasto quadro. Protestar contra os parcos e absurdos valores é o mínimo que se pode fazer. Justas e dignas são, portanto, todas as lutas promovidas pelos aposentados do Brasil em defesa de seus direitos visto terem pagado religiosamente a previdência, com o fruto de seu suor e sangue em serviços desgastantes e prejudiciais a sua saúde.
Caxias do Sul, 13 de março  de 2013.
Pietro Anarchista

http://anarkio.net/index.php/arti/261-aposentaria-brasil

Da traição ou como é fácil atribuir axs outrxs suas qualidades e defeitos!


Não podemos reproduzir práticas clientelistas, personalistas, hierárquicas e autoritárias em nosso meio. A organização deve a todo momento refletir o combate contra isso e muito saudável que, como uma instância  feita, construída por homens/mulheres tenham problemas.
Daí reflito, estando eu em uma organização anarcossindical, o processo de seu crescimento se dá pela organização e compromisso de todxs xs militantes envolvidxs, sempre tendo mente o escrito no primeiro paragrafo. E se constato que depois de 5 anos, isso não ocorre, que se reproduz práticas clientelistas, favorecimentos, um deliberada desorganização para confundir todxs os militantes, um falta de solidariedade com projetos que não é de interesse do grupos “experiente/mais velho” e por que não donos da sigla e da organização, qual é o compromisso sério que se devo fazer? Para elxs, consideram uma “traição”  o fato de apresentar uma organização de fato, do comprimento das atas (vejam todas atas no período em que estava na organização e quem as produziu em reuniões ordinárias) e a denuncia do não comprimento das mesmas. É bem mais fácil acusar alguém de sua incompetência, quando a aceita, porque até isso é difícil. Não erram e quando o fazem, não é por causa própria, o erro é sempre dividido e de preferência com elementos externos, que dificilmente poderão se defender.

Agir arbitrariamente é outra prática constante, como se pertencer a uma comissão/comitê ou executiva lhe dessem superpoderes que atropelam tudo e depois é adequado semanticamente em uma ata mal redigida. é devemos aprender! Daí outra pergunta: nesse tempo todo quantxs se ofereceram para aprender algo importante para organização e assim compartilhar compromissos, fomentando o crescimento da organização? Quantas vezes foi solicitado os dados cadastrais dos militantes da organização? De sua atualização em busca de promover a organização? A organização não cresce, ou melhor, cresce, desde que entre se submeta a uma lógica torpe do sindicalismo convencional: há algumxs que fazem e os outrxs que aplaudem, mas se sair do aplauso e criticar visando o crescimento da organização, ai é “traidor”!
Desde a saída dessa organização (nem sei porque dizer isso, se todos os documentos são forjados em plenárias esvaziadas, de pseudos congressos) mantenho o compromisso com o sindicalismo revolucionário da AIT, e dai temos de outras seções exemplos da atividade e dedicação que os militantes depositam em suas organizações, de forma a serem pequenas, mas sérias organizações de combate ao capitalismo. Mantenho a critica aos “específicos”, mas mantenho isso de forma a respeita-lxs, não podemos esquecer que não há ceto e errado aqui, mas tentativas. Longe de ser uma traição, é a responsabilidade poder dialogar abertamente e poder fazer criticas e saber recebe-las.
Uma organização (que não existe) não pode viver de uma pretensa vitimização, embora possamos ser todxs vitimas do sistema, o fato de agir, se propõe sair da situação vitimizante. Se seus militantes falham em aprender, a dialogar, a lutar, e só sabem se lamentar de seus infortúnios acusando alguém como responsável, traidor, há algo muito errado com essa organização (que não existe) que se diz anarcossindical. Grave ainda é o fato de um secretariado nacional, por uma longa amizade não organizacional com xs desorgnizadxs donos da sigla, xs defenderem, acobertando uma prática clientelista e hierquica que fere o anarquismo e o anarcossindicalismo. Grave ainda é a fragilidade dessa pretensa organização (que não existe!) ter em um militante, agora traidor, a centralização de diversas atividades, sem se dispor a descentralizar, sem avançar na organização.
Por tudo isso, mais de 20 militantes saram da organização ou foram expulsxs, outrxs tantxs foram perdidxs justamente por uma prática que dá inveja no sindicalismo institucional. Em vez de solidariedade, esse grupo que se diz organização (outrxs adjetivaram de “cl’ã”, brincando com fantasmas de outros tempos! rsrsrs)  só mantém uma pífia facção, arredia a tudo e a todxs, que joga nxs outrxs sua incompetência e ainda faz graça para outras seções da AIT, que acreditam na falácia dessa facção.
É lamentável e triste ter que expor isso, mas devido a constante incompetência de seus membros, e que não é de agora, e que fiz parte por acreditar no potencial de crescimento da proposta e por uma retaguarda tão respeitável que é a AIT, não haveria malandrxs, que tolo fui eu em acreditar nisso! E a peja de “traidor” disso é  que levo dessxs senhorxs, bem feito para mim!
Me serve de experiência e a compartilho, se necessário for denunciar, não concordar com algo que fere seus princípios ou que seu instinto diga: “Isso não é assim!” Não tema, faça o que é para ser, o tempo mostrará pelos fatos o que realmente importa.
Ser tratado de “traidor” por pessoas que praticam uma excrecência dessas, é até lisonja,por mostrar que estou respeitando a luta de milhões de anarcossindicalistas fizeram e morreram para termos aqui viva para fazermos a nossa. Alerto por fim as outras seções da AIT que tenham muito cuidado com a seção brasileira, porque ela não é o que parece e tem causado mais dano ao anarcossindicalismo e ao anarquismo no Brasil do que bem. Nem preciso escrever as irregularidades que tentam ocultar, mas se precisarem, sabem com quem falar.

Agradeço a paciência, e como sempre escrevo, nos vemos nas ruas, na construção do anarquismo através de práticas livres!

terça-feira, 19 de março de 2013

NA RUA (Sacha Valant)


     Chove. Um silêncio pesado amortalha a cidade adormecida. Um vento gelado penetra-nos até a medula dos ossos.
     Encostado a uma vitrina cintilante de joias, está um pobre mendigo. Os andrajos que deviam preservá-lo da irritante garoa estão completamente ensopados d’água.
     Aos poucos notívagos que se recolhem ás suas casas, ele entende a sua esquálida mão. Um luxuoso automóvel para um instante diante uma vitrina. Dentro do aparatoso veiculo há um homem e duas mulheres. Um vago perfume de delícias estranhas escapa-se por entre os cristais abaixados.
     O mendigo, com uma louca esperança, estende a mão, súplice.
     Mas eles não o podem ouvir... Contemplam as caras joias que irão comprar amanhã...
     MORAL: uns não têm para comer, enquanto outros esbanjam joias inúteis.

O Internacional (SP), ano IV, n°76 (15 jun. 1926)

Livro: Contos Anarquistas
Autor: Antonio Arnoni Prado / Francisco Foot Hardman
Editora: brasiliense
Pagina: 102
Ano:1985

A LIÇÃO DO ABUTRE (Photographo)


     “Meu  filho – disse o velho abutre – pois que tendes tido diante de vossos olhos os meus exemplos, menos necessidades havereis de meus conselhos.
     Vistes-me arrebatar na quinta o pássaro domestico, a lebre na moita, o pasto o cabrito. Sabeis agora como cravar as garras e como librar o vôo, carregando a presa. Deveis, porém estar lembrando de um alimento saborosíssimo: com carne de gente já muitas vezes vos tenho regalado.”
     “Ensinai-nos – disseram os abutrinhos – onde é que se encontra carne de gente e como reconhecê-la: sua carne constitui, por certo, o natural sustento dos abutres. Porque nunca trouxestes em vossas garras um homem ao nosso ninho?”
     “É que ela pesa demasiado, respondeu o pai; e, quando o achamos, tudo o que podemos fazer consiste em  rasgar-lhe a carne em pedacinhos e sobre a terra deixar-lhes os ossos.”
     “Já que o homem é tão grande, replicarão os filhotes, como arranjar para mata-lo? Tendes medo do lobo e do urso; por onde hão de ser abutres superiores ao homem? Será este mais indefeso do que o cordeiro?”
     “Não temos força do homem, respondeu o pai, e duvido, algumas vezes, que tenhamos tenta astúcia. Também da sua carne raro poderiam repastar-se os abutres, se a natureza, que o tem destinado ás nossas necessidades, não o dotasse de uma estranha ferocidade, que eu jamais observei nos outros animais terrestres. Acertam, frequentemente, de encontrar-se dois rebanhos de homens que, estrepitosamente, se entrechocam, enchendo o ar de fumo. Em ouvindo esse estrondo, vendo esse fogo, e os coriscos a ziguezaguear na planície, voai para ali, com mais célere impulso d’asas; porque, então, os homens uns aos outros se estarão destroçando. Achareis a terra fumegar de sangue, e recoberta de cadáveres, dos quais muitos palpitantes e talhados, como que por encomenda, para isso dos abutres.”

                                                                                  Guerra Sociale (SP), ano III, n° 39 (10 fev. 1917).

Livro: Contos Anarquistas
Autor: Antonio Arnoni Prado / Francisco Foot Hardman
Editora: brasiliense
Pagina: 85 á 86
Ano:1985