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domingo, 21 de dezembro de 2014

No Silêncio das Selvas (Domingos Braz)

     Na negra solidão deste degredo infindo,
     Neste recanto agreste onde a malaria impera
     Numa angústia ferina a atroz que desespera,
     A vida a pouco e pouco se vai, além sumindo,
     Em meio da mata brava a razão prolifera,
     Medra, se concretiza e, alegre vai florindo
     O Vergel do futuro, esperançoso e lindo
     C'os frutos da verdade acena a quem espera.
     Bondoso e revoltado, o coração ferido
     Prosseguirá a luta heróica e destemida
     Abrandando altivamente: - Abaixo a tirania!
     Além já se divisa o sol da redenção
     Que um passo marcará na humana evolução
     É o sol da liberdade, a sublime Anarquia.

Oiapoque, 1925. (In, 54, p. 240-1)

Livro: Moral Publica & Martírio Privado
Autor: Alexandre Samis
Editora: Achiamé
Página: 9

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