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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

A DINASTIA VERMELHA

     A tradição cometida por Lenine, contra os partidos e os trabalhadores, regada com sangue generoso do proletariado russo, em nome de quem sempre falou, sem nunca ter sido proletário, fez surgir diversas rebeliões, de 1917 a 1922, nalgumas regiões da Rússia. Umas, por ódio de raças; outras, para restabelecer a DEMOCRACIA,; na Ucrânia, para implantar as coletividades agrárias livres.
     Falando num "soviet" de bairro em Petrogrado, Gregori Zinoviv, exigiu o extermínio de 10 milhões de pessoas, dizendo: "Devemos ganhar para o nosso lado, 90 milhões dos 100 milhões de habitantes da Rússia. Quanto ao resto...tem que aniquilado".
     Nesse cálculos, ele próprio não se incluía, mais acabou, sendo também fuzilado.
     Dora Kaplan — expressão viva dos traídos e desesperados com esta onda de sangue, atenta contra a vida de Lenine.
     Em represália, Lenine manda matar 500 presos de Kronstadt.
     O ditador russo, tão sanguinário quanto Hitler, já havia semeado o terror, não contra a burguesia vê adeptos da monarquia, mas contra os socialistas revolucionários, os anarquistas, os anarco-sindicalistas e democratas da esquerda — idealistas capazes de lhe fazer sombra, servindo-se até de burgueses e monarquistas, para matá-los.
     Estava-se no 1.° de Março de 1921, e 15.000 marinheiros e trabalhadores, os mesmos que derrubaram Czar e conduziram o navio "AURORA", provocando a queda ao governo de Kerensky, reúnem-se em KRONSTADT — ilha perto de Petrogrado e fortaleza naval, condenam o terror vermelho e proclamam Lenine traidor da Revolução, o ditador, que nada fizera para derrubar o Czar, há muito vivendo de expediente fora da Rússia e que agora, afogava o proletariado em sangue!!!
     Ali nasceu o comité dos verdadeiros revolucionários russos, composto por Petritchevko, 1.° escrevente do Petropavlovsk; Yakovenko, telefonista do distrito de Kronstadt; Ossossoff, mecânico do SEBASTOPOL; Arhipoff, contra-mestre mecânico do PETROPAVLOVSK; Kupoloff, primeiro ajudante médico; Velchinin, marinheiro do SEBASTOPOL; Tonkin, operário eletricista; Romanenko, guarda artilheiro de reparação de navios; Orechin, empregado da 3.ª escola técnica; Valk, operário carpinteiro; Pavloff, operário em construção de minas marinhas; Baikoff, servente; Kilgast, timoneiro. (De "INVESTIA", n.° 10, de 12-3-1921).
     Para justificar a destruição dos 15 mil trabalhadores e marinheiros contra-revolucionários, Lenine e seu alto comando, dirigido por Trotsky, põem a correr notícias como "Os marinheiros são comandados por padres, guardas brancos e generais monárquicos!" — A calúnia correu salta até no exterior.
     E quem foi o vencedor da residência de Kronstadt? Foram os bolchevistas?
     Nada disso... Trotsky e Lenine, contaram com os serviços do general Mikhail Tukhachevsky, czarista e feroz reacionário, em troca do perdão.
     Comandando 60.000 homens escolhidos e forças de TCHEKA, o citado general, cercou a COMUNA e a luta foi cruel. Tiveram de tomar casa por casa.
     No dia 17 de Março, o general czarista Tukhachevsky, anunciava a Trotsky e a Lenine, que a tarefa terminará com 18.000 trabalhadores e marinheiros mortos!!!
     Lenine e Trotsky saíram vitoriosos, ao derrotarem o proletariado russo, que, vende-se traído nos seus objetivos, levantava-se em defesa dos seus direitos.
     Os proletários foram esmagados, fuzilados friamente, pelo general czarista. Miknail Tukhachevsky — assassino profissional, contratado em troca de sua vida, que lhe fora poupada, porém, não escapou também ao fuzilamento mais tarde, por ordem de Estaline, para não sobrar testemunha de vista.

Extraído:
Livro: Deus Vermelho
Autor: Edgar Rodrigues
Editora: Porto
Página: 83 á 85
Ano: 1978

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