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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

A POSIÇÃO DO PROBLEMA POLÍTICO (PROUDHON)

     Como escolher... entre a propriedade e a comunidade, o federalismo e a centralização, o governo direto do povo e a ditadura, o sufrágio universal e o direito divino? Questões tanto mais difíceis, quando nos faltam exemplos de legisladores e de sociedade que tomaram como regra um ou outro destes princípios, e quando todos os contrários encontram, igualmente, a sua justificação na história.
     Tomem, para lei dominante da República, seja a propriedade, como Romanos, ou comunidade, como Licurgo, ou a centralização, como Richelieu, ou o sufrágio universal, como Rousseau; qualquer que seja o princípio que escolherem, desde que no vosso pensamento ele tenha prioridade sobre todos os outros, o vosso sistema está errado. Há uma tendência fatal para a absorção, para a depuração, para a exclusão, para o imobilismo, em direção à ruína. Não há uma revolução na humanidade que não possa ser explicada, com facilidade, por esse meio...
     Tal é, pois... A regra da nossa conduta e dos nossos Juízos: toda a doutrina que aspira secretamente à prepotência e à imutabilidade... que se lisonjeia por dar a última fórmula da liberdade e da razão, que... esconde, nas pregas da sua dialética, a exclusão e a intolerância... é mentirosa e funesta...
     Se, pelo contrário, admitirem, em princípio, que toda a realização, na sociedade e na natureza, resulta da combinação de elementos opostos e do seu movimento, a vossa conduta está bem traçada... : Toda posição tem por fim... Procurar uma combinação mais íntima... é um processo... ( Philos. du Prog., Cap. I.)

Extraído:
Livro: Nova Sociedade
Autor: Proudhon
Editora: Rés colecção substância
Páginas: 117 à 118

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